quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Autismo e os Tablets - Contribuição para o Desenvolvimento da Comunicação


CASA DA ESPERANÇA 18/10/2012

Campanha pede doações de tablets

Para aperfeiçoar o tratamento de crianças e jovens autistas, a Casa da Esperança está recebendo doação de tablets. O aparelho se mostrou um aliado no desenvolvimento comunicativo dos paciente
FOTO: IGOR DE MELO
Atualmente, todos os tablets usados na instituição pertencem aos terapeutas ou são dos próprios alunos
A Casa da Esperança, entidade de referência nacional no tratamento de crianças e jovens autistas, está recebendo doação de tablets durante o mês de outubro. Quem vê a febre pelos dispositivos mais sofisticados talvez não imagine os benefícios oferecidos para os pacientes, por meio da utilização dos aplicativos e jogos. 
O presidente da instituição, Alexandre Costa e Silva, relata que o dispositivo eletrônico é um aliado no desenvolvimento comunicativo das crianças. “Elas conseguem ter interação com a modalidade touch. Existem aplicativos específicos para os autistas”, diz Alexandre.
O autismo é um distúrbio que se manifesta logo na infância e compromete as habilidades de interação social, comportamento e comunicação. Além disso, segundo o presidente da Casa da Esperança, os autistas precisam ter organização da rotina visualmente. Por meio dos aparelhos, é possível mostrar isso com facilidade para as crianças. “Evita principalmente crises de estresse”, explica Alexandre.

A Casa da Esperança atende 400 pacientes divididos em 22 salas. Segundo a fonoaudióloga Estela Maris, o ideal seria ter pelo menos um aparelho por sala. Tablets de todas as marcas serão bem recebidos. Pessoas físicas e jurídicas podem doar.
O aparelho é um facilitador no trabalho dos fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos. Atualmente, todos os tablets usados na instituição pertencem aos terapeutas ou são dos próprios alunos. “Algumas famílias resolveram comprar, pois viram os resultados positivos após a utilização”, explica Alexandre Costa e Silva.

Avanços

A fonoaudióloga Estela Maris atribui o bom desempenho de algumas crianças ao emprego dos tablets. “Os pacientes menores tiveram um salto no quesito comunicação depois que incluimos os aparelhos”. Ela explica também que os autistas se expressam muito por meio de gestos e essa tecnologia permite apontar, tocar a tela, criar sequências, manifestar alguns desejos imediatos como pedir comida.

Estela reuniu um grupo de quatro crianças em torno de dois aparelhos. Entre risadas e pedidos para jogar, os pequenos prenderam a atenção. Brincaram com fadas, dinossauros e um aplicativo que ensinava os numerais. “Aquele garoto tem quatro anos e está conosco há seis meses. Desde o início teve a inclusão do dispositivo eletrônico. O desenvolvimento da fala é incrível”, comemora a fonoaudióloga.

Para ela, o aparelho ajuda também no desenvolvimento social. “Eles aprendem também a ter noção de compartilhamento, a interagir com o grupo e melhoram a coordenação motora fina”, diz Estela.

A gerente administrativa da Casa da Esperança, Tatiana Austregeselo, que é mãe de um garoto autista, relatou perceber grande diferença no desenvolvimento de seu filho. “Alguns aplicativos estimulam a repetição e essa é uma das maneiras do autista apreender o mundo”.

ENTENDA A NOTÍCIA

A Casa da Esperança, localizada no bairro Água Fria, foi fundada pela médica Fátima Dourado em 1993. Na época, dez crianças eram atendidas. Atualmente, a instituição atende 400 pacientes em várias idades.

Serviço

Casa da Esperança
Para realizar doações:
Onde: Rua Doutor Francisco Francilio Dourado, 11 – Água Fria
Horário: das 8h às 17h
Outras informações: (85) 3273 6961 / 3081 4873/
www.autismobrasil.org

Saiba mais 

A Casa da Esperança é vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Alexandre Costa e Silva, os repasses de dinheiro estão atrasados.

Atualmente, 80% dos pacientes da instituição frequentam a escola regular no contraturno. 

A ONU reconhece os direitos básicos e liberdades fundamentais das pessoas com autismo através da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

A convenção foi ratificada no Brasil através de emenda constitucional, em 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade para comentar a postagem.