domingo, 28 de outubro de 2012

SOBRE OS MILHÕES ORÇADOS PARA A FURB FEDERAL

Ao longo da semana passada falou-se muito sobre a utilização dos recursos orçados para a criação da terceira Universidade Federal de Santa Catarina por meio da FURB. Não há dúvidas de que estes recursos foram orçados porque a população tomou ruas de Blumenau com uma causa correta e justa. 

"No presente 

a dificuldade que enfrentamos

refere-se a um impasse 

de modelos de IES".


Do mesmo modo não restam dúvidas quanto a importância social e histórica desta bandeira. Tanto que uma proposta que não passe pela FURB, hoje é considerada, por qualquer pessoa que tenha responsabilidade e esteja informada, como absurda por, no mínimo duas razões: 

Em primeiro lugar a FURB já tem meio século de vida. É uma IES pública histórica, legitimada, consistente e precisa completar sua vocação tornando-se financiada com recursos federais, e não mais com mensalidades. 

Em segundo lugar, destaco o fato de que, por meio dela iniciamos uma nova IES com 16.000 estudantes (quase a metade do tamanho da UFSC). Bastando, para tal, vontade política. Realidade que os campus do REUNI em SC demorarão décadas a replicar. Fora a vocação multicampi da FURB, no Vale e tantos outros argumentos mais. 

Temos consciência de que um outro caminho, além de dilapidar o patrimônio público, humano, técnico, científico e físico da FURB, não é probo e ético no mínimo pelas duas razões acima expostas.



A bancada parlamentar catarinense está convencida disso e do nosso lado. Somos imensamente gratos, mas a luta continua. Ao lado dela está o empresariado e as lideranças sociais informadas. Estas, cientes vem nos apoiando crescentemente por uma questão de responsabilidade pública e coerência.  

No entanto o ano eleitoral, na UFSC e nos municípios, como esperávamos, foi um ano difícil e de cuidados para que qualquer iniciativa jamais ganhasse cores meramente partidárias, e mantivesse seu caráter cidadão. 

No presente a dificuldade que enfrentamos refere-se a um impasse de modelos de IES. Como primeiro passo em direção a nova universidade, qual o melhor caminho para que a iniciativa seja deflagrada consistentemente e se concretize? 

Recentemente o MEC definiu que apresentaria aquele modelo que deveríamos implementar. Pouco depois abdicou desta prerrogativa, fato que atrasou o processo, delegando à UFSC a representação federal e ao grupo de trabalho a ser instituído a responsabilidade por, finalmente, estabelecer o modelo. 

Neste aspecto foi muito importante o Movimento ter ido até a UFSC, semana retrasada, para conversar com as lideranças universitárias e entregar nossa carta àquela comunidade. Leiam no Santa e no último Expressão Universitária e se recordarão. 


Imagens do Movimento na UFSC

 Fotos: Prof. Nelson Garcia Santos


Conseguimos agendar uma audiência pública para o mês de novembro, Momento em que vamos realizar um ato político de importância equivalente as nossas marchas e as audiências federal, estadual e municipal aqui já realizadas. Temos segurança que, deste momento, se estivermos em peso lá, mostrando força e sobretudo nossa verdade, nascerá o consenso definitivo, entre as IES, pelo modelo e as definições políticas necessárias para que em 2013 as aulas da nova Universidade Federal iniciem.

"...o ano eleitoral, na UFSC e nos municípios, como

 esperávamos, foi um ano difícil e de cuidados para que 

qualquer iniciativa jamais ganhasse cores meramente

partidárias, e mantivesse seu caráter cidadão".


Para 2012 temos sim, no presente, 16 milhões orçados e seria um erro devolver estes recursos para a União. Erro igualmente grande seria aplicar recursos da educação em outras rubricas. (veja notícia 1 e notícia 2 no Santa). 

Assim, defendo que a UFSC possa utilizá-los, não sem dialogar conosco, e que deixemos claro que tratam-se de recursos que representam o suor de muitas gerações e o engajamento político de cada uma das famílias do Vale do Itajaí envolvidas neste movimento. Famílias que acenam com esta possibilidade esperando compromisso e respeito por parte da UFSC e dos gestores públicos que decidem em seus nomes, pois se existem estes recursos orçados, foi como resposta a elas que isso foi feito. 

Que com estes recursos seja dado um grande passo negociado conosco em favor da FURB Federal. A minha opinião pessoal é a de que este grande passo será avaliado pelo eleitor deste movimento, daqui a dois anos, nas próximas eleições parlamentares e universitária.

Não queremos que os recursos sejam utilizados em pontes ou na BR 470. O dinheiro da educação é sagrado. Para outras obras, que sem dúvida também são importantes, existem outras rubricas, outros movimentos e agendas distintas.

Por fim, convido a todos a se fazerem maciçamente presentes na Audiência Pública com a UFSC, para deixarmos claro para nossos representantes que, além de termos uma proposta legitimada socialmente e tecnicamente consistente, estamos mais do que nunca atentos ao que dizem e ao que efetivamente realizam, sem  desanimar ou abandonar o barco. #FURB Federal.


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