domingo, 27 de novembro de 2011

Iniciamos projeto para oferecer Oficinas de Planejamento à Sociedade.

Há anos eu e o professor Sampaio pretendemos iniciar um projeto oferecendo retorno social, com base em nossa formação em planejamento democrático sustentável. Do mesmo modo é tema frequente no PPGDR o mesmo desejo. Cada um de seus professores, entende que a Universidade deve sim produzir conhecimento novo, de qualidade, socialmente relevante e ambientalmente correto, e iniciativas como estas acontecerão doravante. Este ano o NPP começou a realizar a sua parte. No primeiro semestre nos planejamos, fizemos um laboratório no curso Sequencial em Desenvolvimento Regional e agora em um município. Nos sentimos orgulhosos e gratos ao Município de Gaspar por isso. Participamos do Fórum de Desenvolvimento Econômico Sustentável daquele município, notícia registrada no blog do Núcleo de Políticas Públicas
Equipe que atuou em Gaspar: Fraciele, Diego, Sampaio, Josué e Oklinger

A metodologia aplicada foi a PEC/SIGOS, originadas nos estudos do prof. Dr. Joel Souto-Maior Filho e do prof. Dr. Carlos Sampaio, cuja preocupação fundamental é conciliar democracia e sustentabilidade. A retomada destas oficinas, realizadas nos últimos 20 anos em inúmeras instituições, permitirá o avanço do debate e da abordagem estratégica/ participativa/ sustentável no âmbito do NPP.
O projeto conta com o seguinte propósito. Estaremos disponibilizando este tipo de atividade, sem visar qualquer forma de lucro, ao menos uma vez ao ano, para instituições de caráter público, sejam elas segmentos do Estado ou organizações da sociedade civil. O PPGDR por meio do Núcleo de Políticas Públicas, e de outros Grupos de Pesquisa, além de estudar estas políticas contribuirá para a formulação das mesmas, enquanto as estuda e compreende, sempre que alguma instituição considerar relevante os seus préstimos. Isso é motivo de orgulho.
Se você conhece uma prefeitura, secretaria, Conselho Municipal, ONG etc, que gostaria de ser parceiro nosso, basta fazer contato conosco pelos telefones (47)3321-0507 (secretaria do PPGDR) ou (47)3321-0397 (Núcleo de Políticas Públicas). Sejam desde já, muito bem vindos!

sábado, 13 de agosto de 2011

FURB Federal é uma proposta absolutamente consistente!! Observem as desculpas que não colam!


Texto importante criado pelo prof. Luciano Felix Florit que eu encaminho a todos por aqui:

ATENÇÃO. ESTÃO CIRCULANDO ALGUMAS DESCULPAS QUE NÃO COLAM. VAMOS REBATER.

Desculpa 1:
"Conseguir uma federal em Blumenau é muito bom, mesmo que não inclua a FURB"

Não cola porque criar um campus da UFSC ou uma universidade que não inclua a FURB não é bom. Algumas das razões:
É um dispendio a toa de recursos públicos (a FURB pode oferecer já 20.000 vagas sem investimento, e com um orçamento anual de 150 milhoes, enquanto que, por exemplo,  a nova Universidade Federal de Fronteira Sul precisa um orçamento de 200 milhões e tem apenas 3500 alunos). Isto é tão evidente que até o Reitor da UFSC se nega a aceitar criar um campus da UFSC em Blumenau.  Uma vez que outro Campus da UFSC afetará fortemente a FURB, acabará diminuindo as atividades de Ensino Superior, Pesquisa e Extensão. Isto porque a FURB terá imensas dificuldades em manter seu estatus de Universidade (com pesquisa, extensão, mestrados e doutorados), enquanto que o campus da UFSC irá com muita parcimônia buscando um terreno, construindo uma sala, abrindo um curso, contratando um professor. Nesse processo, uma universidade pronta minguando e uma universidade nova sendo edificada, e a população esperando.

Desculpa 2:
"Federalizar a FURB pode criar um precedente perigoso"

Não cola porque não cria precedente, e se criasse não seria um precedente ruim.
Algumas das razões:

Uma das razões mais fortes para federalizar a FURB é o fato de que ela já é uma universidade pública. Ela funciona como instituição pública não apenas nos objetivos que atende, mas na sua forma jurídica e processos internos. A FURB faz concursos públicos, compra por licitação, tem colegiados de universidade pública, etc. Só não tem financiamento público. O caso da FURB é único, portanto não é o boi que abre o buraco pelo que passa uma boiada. Caso alguem insista em dizer que a FURB abre um precedente, este seria um precedente fantástico para o Brasil. É um precedente de uma comunidade regional que sem financiamento governamental criou uma instituição pública e a entregou ao Estado uma vez pronta, madura, prestando serviços e administrando com eficiencia recursos que vem do privado e se tornam públicos sem que o Estado tenha que cobrar impostos para isso. Esse é sim um precedente, que o Estado gostaria de ver pipocar. Há outro precedente, é verdade. O povo na rua lutando por educação pública e de qualidade com pesquisa e extensão, ou seja, por uma instituição dedicada a servir às pessoas da Região, do Estado e do Brasil.  Realmente, esse é um precedente que para alguns é perigoso.

Marcha dos 5.000 pela #FURB Federal!

Este blog (clique no link) conseguiu postar imagens que dão a dimensão da grandeza do movimento #FURB Federal! Pessoas de toda a região lotaram as ruas da cidade que aplaudia e via com entusiasmo a marcha!
Todo o PPGDR e o NPP em peso apoiando e trabalhando pelo evento e pelo movimento. Aliás há 10 anos!
http://jaimebatistadasilva.blogspot.com/2011/08/vai-ficar-na-historia-multidao-nas-ruas.html?spref=gr#close=1

sábado, 11 de junho de 2011

Eduardo Galeano Falando de algo que teimamos em esquecer..

‎"Os intelectuais são os que divorciam a cabeça do corpo"...."este mundo de merda está grávido de um outro mundo" muito melhor.
Meu amigo Carlos Alberto Cioce Sampaio encontrou este depoimento bonito de Eduardo Galeano que compartillho com vocês.


quinta-feira, 12 de maio de 2011

Simpósio Nós Podemos SC - Objetivos do Milênio

http://www.nospodemos.org.br/agenda_detalhe/233


Eletrosul sedia simpósio
para debater metas do milênio

Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o governador João Raimundo Colombo estarão presentes na abertura do evento.


“Por um lado, somos referência para o País em bons indicadores sociais, o que é motivo de orgulho para os catarinenses, mas, por outro, devemos ficar inquietos por termos em nosso estado perto de 800 mil pessoas vivendo em situação de miséria”, argumentou o coordenador do Movimento Nós Podemos, em Santa Catarina, Odilon Faccio.


Outros detalhes clique aqui.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Doutorado em Desenvolvimento Regional da FURB

Fica aqui um registro histórico. Sob a batuta do prof. Luciano Florit, e debate intenso entre os docentes, se iniciam as reuniões para o desenvolvimento do projeto. A foto acima é do segundo encontro, realizado dia 13 de abril de 2011. Outras fotos e informações, visite o blog do PPGDR clicando no link desenvolvimentoregionalfurb.blogspot.com

Reunião NPP - Oficina de formação Planejamento

Prof. Sampaio e Luciano, sempre perspicaz.

Para outros detalhes, visite a página do NPP clicando aqui: nppfurb.blogspot.com

domingo, 10 de abril de 2011

Participei, representando o PPGDR - FURB e o NPP, por convite do professor Julian Borba (colega que tanto respeito), ao lado do professor Erni José Seibel (a quem muito admiro), da banca de mestrado de Fábio Cadore Hartmann.
Nesta foto prof. Julian em primeiro plano e prof. Seibel fazendo suas arguições

A dissertação de Fábio Hartmann, entitulada "Aprendizado Político e Democrático no Orçamento Participativo do Município de Concórdia" é parte de um conjunto consistente de estudos realizados no Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UFSC.
Uma lembrança, após defesa realizada e aprovação do trabalho

O trabalho de qualidade, muito bem orientado pelo prof. Julian, em breve estará disponível para consulta ao lado dos demais trabalhos defendidos no âmbito do PPGSP-UFSC. Destaco aqui minha gratidão pelo convite para integrar a banca e recomendo a todos uma aproximação e maior conhecimento dos estudos realizados por estes pesquisadores. Para conhecê-los melhor, visitem a página do programa e os seus currículos, clicando nos links em destaque nesta postagem.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Congresso será iluminado de azul no Dia da Conscientização sobre o Autismo

01/04/2011 12:09

Congresso será iluminado de azul no Dia da Conscientização sobre o Autismo

O edifício do Congresso Nacional será iluminado com luzes de cor azul neste sábado (2) para lembrar o Dia Internacional de Conscientização sobre o Autismo. O azul é a cor definida como símbolo do autismo. O ato faz parte de uma solenidade, promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, marcada para as 18 horas.
Serão instaladas 400 lâmpadas azuis nas duas torres do prédio principal do Congresso. Além de parlamentares, portadores do transtorno e suas famílias, participarão da solenidade dirigentes de entidades que trabalham com autistas.
Da Redação/PCS

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara de Notícias

segunda-feira, 28 de março de 2011

Livro: A Terceira Margem – Ignacy Sachs

A Terceira Margem – Ignacy Sachs – 1p. – (nov.09)

cia_letras_terceira_margemA Terceira Margem: em busca do ecodesenvolvimento
Ignacy Sachs / Ed. Companhias das Letras São Paulo 2009


Ignacy Sachs tem, neste ano de 2009, 81 anos de idade. Independentemente da sua impressionante vitalidade criativa, é um pedaço de história. Na realidade, através do seu estudo autobiográfico, é todo o panorama de evolução das ciências sociais que se descortina, basicamente da II Guerra Mundial para cá, na ótica da esquerda, e com o enfoque tão importante dos que buscam alternativas sem acreditar em catecismos. É claramente uma pessoa que tem buscado aproveitar todas as oportunidades para fazer avançar uma agenda progressista.
Bem escrito e bem editado, este livro se lê num fim de semana, forma simpática de fazer um zoom histórico, forma prática de vermos em perspectiva os males que enfrentamos hoje. O que melhor relacionado do que a batalha de Sachs pelo “ecodesenvolvimento” na conferência de Estocolmo em 1972, e a nossa batalha presente pela redução do aquecimento global e a conferência de Copenhague? É a continuidade dos desafios.
A “terceira margem” do título vem da própria trajetória do autor, que viveu o suficiente no socialismo burocrático da Polônia, colaborando com Kalecki e outros, para ter uma visão crítica deste processos; e que vive no capitalismo atual que o deixa ainda mais crítico. Há, segundo Sachs, muitas soluções numa “terceira margem” que aproveite diversos aportes. São novos rumos que temos de buscar e construir.
Algmas pérolas, como “tira-gosto”:
Sobre a teoria: “É muito fácil promover grandes debates maniqueistas entre o bem e o mal. Mas os verdadeiros problemas começam quando devemos formular propostas concretas de ação, portanto no exercício do que chamo voluntarismo responsável. Alguns chamam a isso pragmatismos. Que seja.” (118)”
Sobre o consumo: “Quanto é suficiednte? É uma questão muito gandhiana que traz à baila os dois últimos séculos da filosfia social dominante no Ocidente. Pois, com poucas exceções, os pensadores liberais e os marxistas concordam em ver na escalada ininterrupta de aspirações, necessidades e consumo, um critério de progresso…Todas as atividades humanas têm um substrato físico e energético, e portanto ecológico, do qual é impossível abstrair”.(259)
Sobre o papel do Estado: “Meu interesse pela economia social deriva de minha fidelidade ao papel do Estado, enxuto, desburocratizado, limpo mas ativo, do respeito por certo planejamento descentralizado e não autoritário, sobretudo, das diferentes formas de cooperação que a sociedade civil pode e deve experimentar”. (267)
Sobre o papel do território: “Penso que devemos atentar para a boa articulação dos espaços de desenvolvimento, do local ao planetário, passando pelo regional e pelo nacional. Devemos tomar como ponto de partida o planetário e descer progressivamente para o local? Ou, ao contrário, partir do local e subir ao global? A interação entre esses dois procedimentos é essencial para o estabelecimento de um sistema de regulação eficiente”. (268)
Sobre a organização do tempo: “O estudo comparativo dos modelos culturais da utilização dos tempos é um magnífico campo de trabalho, abrindo uma perspectiva para a diversidade cultural e as margens de liberdade que um dia se oferecerção a nós quando conseguirmos reduzir de modo controlado a obrigação de trabalho heterônimo. E conseguirmos uma reorganização flexível dos tempos de vida, um outro recorte do dia, da semana e do ano de trabalho”.(269)
Sobre a social-democracia: “Infelizmente, construimos uma Europa mais thatcheriana, enfeudada na idéia da concorrência e pregando a privatização dos serviços públicos. Isso se fez num momento em que a maioria dos paíse da Europa ocidental era governada por partidos que se identificavam com a social-democracia. É preciso gritar em alto e bom som que deixamos escapar uma chance histórica de constuir a Europa social, uma Europa que seria administrada com outros princípios que não os da economia de mercado desenfreada”. (274)
A articulação dos desafios urbano e rural: “Já não se sabe onde acaba o campo e onde começa a cidade, a supor que esse enfoque dicotômico tenha sentido…Seria preciso empregar o termo “urbanização” de modo mais rigoroso e estrito, reservando-o aos que têm um teto, um emprego decente e a possibilidade real de exercíco de cidadania.” (286)
Como outros autores cujos aportes temos sistematizado no nosso ensaio “Democracia Econômica”, Ignacy Sachs articula as dinâmicas e potenciais que abrem as novas tecnologias, as formas renovadas de gestão social, e os indispensáveis valores éticos que temos de incorporar nos nossos processos decisórios. (L. Dowbor)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Site ONGCIDADE.ORG: A transformação democrática do Estado para além dos espaços de interação com a sociedade

http://www.ongcidade.org/site/php/noticias/noticias.php?area=noticias&completa&id_noticia=1397


Sérgio Baierle, Cidade
2011-03-11 16:16:00


O Seminário Internacional “Sistema Estadual de Participação: Bases Conceituais”, realizado em Porto Alegre nos dias 24 - 25 de fevereiro de 2011, trouxe poucas novidades por parte dos painelistas convidados. Como praticamente não houve oportunidade de debate e os representantes do governo deram poucos indicativos sobre o futuro desenho da participação no governo estadual, por enquanto ficamos sem saber o que vai ser proposto.

A fala do Governador Tarso Genro, embora curta, surpreendeu, ao colocar o déficit de conteúdo, a inefetividade do Estado Democrático de Direito como principal desafio do presente para a democracia participativa. Neste sentido, a ênfase predominante dos painelistas nas várias alternativas de desenho institucional possíveis não contribuiu muito para a questão trazida por Tarso Genro. Não parece muito produtivo esperar que a multiplicação de opções de participação possa dar conta da inefetividade do Estado, do seu déficit de conteúdo. Depois de centenas de conferências, congressos, fóruns, conselhos, consultas, orçamentos participativos, tudo indica que não é participação que está faltando, embora sempre se possa dizer que as grandes massas populares ainda permanecem majoritariamente indiferentes às fórmulas da democracia participativa, a não ser quando compulsoriamente convocadas.

A questão da inefetividade do Estado Democrático de Direito parece ser de outra ordem e pouco se conseguirá avançar na consolidação da democracia participativa como novo regime político enquanto não se transformar a democracia enquanto forma de Estado. Esse é o ponto, as experiências de orçamento participativo chegaram na metade do caminho, mas está faltando a outra metade. Precisamos ir além da democracia enquanto técnica de governo. Nem o Estado, nem os modelos de cidade e de desenvolvimento foram transformados de forma coerente com os espaços institucionais e não-estatais de participação. Ao contrário, internamente à máquina pública o que temos é, de um lado, a velha estrutura burocrática tradicional e, de outro, a reforma estilo Bresser Pereira, nossa adaptação local das reformas de Reagan e Thatcher: privatização, descentralização, focalização. O governo Lula esboçou um início de reforma em 2003, mas acabou sucumbindo ao que já vinha da gestão anterior, com a segregação entre carreiras típicas de Estado (fisco, judiciário e forças armadas) e servidores em geral, redirecionando os segundos progressivamente para o modelo privado de contratação via CLT. Mesmo uma via reformista precisa implicar em algum tipo de compromisso. A CLT foi a expressão reformista de um Estado de Compromisso na Era Vargas. Qual o compromisso que temos hoje, o turbo-capitalismo desenvolvimentista com políticas sociais? É esse o limite? Qual o sentido da participação quando o principal já foi decidido?

Diferentemente do projeto democrático-participativo, o projeto neoliberal se concentrou primeiramente e principalmente na reforma do Estado sob a hegemonia dos grandes grupos financeiros. A nova gestão pública trazida por Reagan e Thatcher teve dois eixos estratégicos: (a) relançar o capitalismo a partir da expansão financeira privada em escala planetária, turbinando a produtividade do trabalho; e, (b) curto-circuitar o compromisso social-democrata (cuja agonia ocorre hoje na Europa) e depurar o Estado, na medida do politicamente possível, de tudo que não agrega valor ao capital ou apresenta baixa relação custo-benefício. Entretanto, a conivência entre alta finança e Estado de Exceção Fiscal foi tão explícita que acabou gerando o ódio popular aos seus “heróis” (Collor, Fujimori, Menem, etc.). Esse foi o “erro” da primeira fase do neoliberalismo, ainda muito preso à idéia de governabilidade a qualquer preço (recordar do discurso do “mercado”, de que com a Constituição de 1988 o país teria ficado ingovernável, com juros limitados a 12% ao ano, saúde pública universal e gratuita, expansão do sistema previdenciário, etc.). 

A partir do final dos anos 90, com as recorrentes crises sistêmicas do capitalismo, vem se consolidando uma nova fase, a era do neoliberalismo social, com o conceito de governança e todos os seus adjetivos glamourosos: boa, social, solidária, participativa, democrática, sustentável, responsável, corporativa, financeira, etc. Essa fase, como pretendido por organismos multilaterais e agências de desenvolvimento, criou um “clube de convergência” (1), que age para obter a conformidade de todos os governos envolvidos como adesão às melhores práticas (best practices compliance). 

Nessa nova fase, é preciso derrotar os movimentos sociais no seu próprio terreno, a organização de base das classes populares. Está aí o sindicalismo de resultados e o argumento cínico de que é melhor viver das sobras da antropofagia capitalista do que ousar qualquer outra coisa. Está aí também a novíssima indústria da funcionalização da pobreza, com suas fundações assistenciais privadas, suas isenções fiscais e seu assédio aos serviços públicos ainda não terceirizados.  Como após a crise econômica de 2008-2009 se tornou insustentável o discurso de que o Estado atrapalha o desenvolvimento, sobretudo depois que os grandes bancos tiveram que se socorrer de generosas doses de liquidez fornecidas pelos bancos centrais, é preciso costurar na institucionalidade estatal e na sociedade a convicção de que só com a “união” de todos é possível assegurar a competitividade global de um país, província ou cidade: aceitando a flexibilização das leis trabalhistas, as sucessivas reformas previdenciárias (vem mais uma aí), os recorrentes cortes orçamentários e a absoluta priorização dos interesses do mercado. Em troca temos coisas como “a cidade cuidando da cidade”, um conjunto combinado de políticas assistenciais e ações filantrópicas privadas para garantir a funcionalização da pobreza. Num contexto desses, a palavra inclusão não tem mais nada a ver com efetiva participação política, enquanto incidência na definição do pacto básico de poder que organiza a sociedade. Inclusão passa a significar, muito pragmaticamente, autogestão assistida da pobreza familiar pessoal: acesso ao mercado de trabalho (conseguir trabalho virou privilégio), combate à pobreza extrema dos grupos mais marginalizados através de bolsas vinculadas a comportamento, universalização do acesso aos serviços (ainda que precários), bem como direito a ter representantes junto ao atores relevantes na gestão das políticas de inclusão (governo, setor privado, ongs, fundações sociais, ministério público, et.). A isso se dá o nome de boa governança. 

A Frente Popular (PT e aliados) não chegou a produzir uma alternativa efetiva de transformação do Estado a partir do ideário dos movimentos sociais (reformas agrária, urbana e poítica; sustentabilidade ambiental e defesa dos bens comuns; economia solidária e autogestionária;  liberdade e autonomia sindical; democratização dos meios de comunicação; novas culturas e políticas de identidade e reconhecimento, etc.). Embora tenha ensaiado, sobretudo aqui no sul. Tampouco consolidou um modelo de desenvolvimento que não reproduza no país a tradicional modernização seletiva (2), em que às classes populares se reserva apenas o papel de consumo de massa e subordinação política. Seria preciso reinventar a gestão pública, raspando no tacho dos esboços reformistas dos anos anteriores e coerente com a radicalidade dos movimentos sociais do século XXI, onde o questionamento dos conteúdos e dos sentidos amplia as lutas sociais para muito além da redistribuição da riqueza. O problema é como produzir um trabalho dessa envergadura no âmbito de um bloco de poder pautado pela coalizão e a convergência, não mais pela mobilização e pressão popular. De onde viriam a vontade, os fins e os meios?



(1) Vide Paul Cammack, Competitiveness and Convergence: the Open Method of Co-ordination in Latin America, Manchester Metropolitan University, Papers in the Politics of Global Competitiveness, n. 5, 2007.

(2) Jessé Souza, A modernização seletiva: uma reinterpretação do dilema brasileiro, Brasília, Editora da Universidade de Brasília, 2000.


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Banca de Hélio Rubens G. Lechinewsky no PPGTU - PUC / PR

Estive, representando o PPGDR e o NPP, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Participei da banca de mestrado de Hélio Rubens Godoy Lechinewsky. Na foto abaixo, da esquerda para a direita. Prof. Dr. Tomás Antonio Moreira, Hélio Rubens (já Mestre), Tahise Negro Marques, Prof. Dr. Klaus Frey e eu. Detalhe histórico: primeira foto de Tahise, secretária do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana, naquele contexto, desde que o mesmo foi criado.
Nesta segunda imagem, Hélio apresentando seu trabalho, orientado pelo prof. Klaus, sob o título Instituições, Democracia e Participação na Administração Pública Municipal: análise dos modelos de gestão pública de Curitiba e Porto Alegre, em breve disponível no portal da CAPES, para aqueles que eventualmente tenham interesse.

Meu grande abraço aos colegas Klaus e Tomás pela recepção, pelo bom papo e por poder compartilhar de um momento acadêmico tão fundamental para nossas carreiras, que são as defesas públicas,  esperando que estejam em breve conosco palestrando em Blumenau.
Para aqueles interessados no tema, e no aprofundamento de seus estudos em nível de Stricto Sensu, visitem a página do PPGTU, da PUC clicando aqui.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Paiva Junior: EXCLUSIVO:
 Brasileiro encontra caminho para cura ...

Paiva Junior: EXCLUSIVO:
 Brasileiro encontra caminho para cura ...: "Por Paiva JuniorSim, 90% dos tipos de autismo têm causas genéticas e poderão ser curados num futuro (que desejamos ser próximo), assim como ..."

Reportagem na TV, sobre autismo (clique aqui e assista)

Paiva Júnior, editor da revista AUTISMO, publicação importantíssima no Brasil, será entrevistado pela TV Globo de SJ dos Campos. A reportagem irá ao ar às 6:50 neste domingo. O link apresenta a chamada. A expectativa é que, em breve tenhamos o link da reportagem completa, do mesmo modo que a chamada, para aqueles que não conseguirem assistir. Esta matéria deveria ser retrabalhada para o Fantástico! Por favor, repassem!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PNUD Brasil ::: | POBREZA_DESIGUALDADE | INDEX

PNUD Brasil ::: | POBREZA_DESIGUALDADE | INDEX

Instigante essa notícia! Bem, temos um novo presidente do CNPq. Resta saber se teremos editais importantes que gerem conhecimento sobre estas questões viculados às áreas estratégicas, para que a prioridade em Inovação, que demarcou o último mandato, possa também repercutir em sustentabilidade social e política, no desenvolvimento do país.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Rápida opinião sobre a questão da água

Não sei se considero interessante ou preocupante o que está ocorrendo no Vale do Itajaí, em diversos munícípios, com a falta de água. Eu, particularmente fiquei preocupado. Minha família e a de todos com quem pude interagir, sentiram-se bastante prejudicados. Se não chove falta água, mas se chove corremos o mesmo risco, com ou sem enchente. O que se pode fazer? Se conformar, comprar água mineral e levar a nota para a CASAN? 
Imagem meramente ilustrativa colhida por link direto
http://www.nogome.com/nogome/archives/cat_hardware.php
De acordo com a imprensa, o índice de turbidez da água do rio Itajaí chegou a 9.000 unidades (índice de sujeira), enquanto a CASAN e SAMAE tem capacidade de lidar com um máximo de 3.000 (o normal é de 400 a 500 unidades). Ou seja, nossa estação de tratamento apresentou um grande limite para tratar o que bebemos, e o triste é que o rio tem vontade própria. Ou a condicionamos? Quer dizer então que, além do medo do desmoronamento e das cheias, de agora em diante quando chover rio acima também não sabemos se teremos água? 
De qualquer modo há taxas que continuam sendo cobradas, mesmo sem receber o produto. Sem problemas se se estivermos em busca de soluções ambiental e socialmente corretas para o curto, médio e longo prazos. A dúvida é se haverá proatividade para que isso não mais ocorra. Do ponto de vista dos direitos dos cidadãos, não se pode admitir que falte água, ar, espaço, voz e quaisquer meios elementares à dignidade da vida. A impressão que se tem é que o tema foi abordado com muito conformismo. Com todo respeito aos nossos representantes, entendo que a ética reserva espaço para a radicalidade quando  o tema mostra-se sensível à vida e à dignidade. Realmente estamos nos mostramos tolerantes, o que não necessariamente é sinônimo de boa cidadania.
Para além da lógica mercantil, o sistema revelou uma fragilidade que coloca em questão a nossa capacidade técnica de prover a população deste bem público tão importante como o ar que respiramos. Vamos acompanhar.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Iniciativa interessante em Viçosa

Este tipo de caminho é bastante interessante, e atrativo às novas gerações de estudantes. Vamos apendendo! (é só clicar)
Iniciativa profa. Fernanda Machado Freitas UFV

sábado, 22 de janeiro de 2011

Desenvolvimento Regional Sustentável: Artigo sobre urbanização e desastres naturais

Desenvolvimento Regional Sustentável: Artigo sobre urbanização e desastres naturais: "Contra desastres naturais, mais democracia no espaço urbanoPOR MÔNICA NOGARA, EM 20.01.11 O início da urbanização ocorreu em beiras de rios ..."

Núcleo de Inovação Tecnológica da FURB: Núcleo de Inovação Tecnológica discute desenvolvim...

Núcleo de Inovação Tecnológica da FURB: Núcleo de Inovação Tecnológica discute desenvolvim...: " Apresentação do Sinapse 2010 Na semana global do empreendedorismo, que aconteceu de 15 a 21 de novembro, o Núcleo de Inovação Tecnológi..."

CONTABILIDADE, FINANÇAS E ATUALIDADES: Portal periódicos da Capes - Como usar

CONTABILIDADE, FINANÇAS E ATUALIDADES: Portal periódicos da Capes - Como usar: "O portal de periódicos da Capes é uma iniciativa da Capes de disponibilizar, de maneira gratuita, as mais avançadas bases de dados mundiais ..."

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Boa tarde a todos. A criação deste blog, em janeiro de 2011, integra um conjunto de iniciativas relacionadas à inserção social e a socialização da produção científica e dos professores do PPGDR - Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional. Este blog é usado como complemento Às ferramentas midiáticas governamentais oficiais (CNPq, CAPES etc), ainda em estágio lento de desenvolvimento, face às necessidades que novas mídias como esta conseguem responder.Neste caso, específico, dos professores vinculados ao nosso Núcleo de Políticas Públicas - NPP, a começar por mim, serão disponibilizadas informações sobre estudos em andamento e concluídos, obras publicadas, em um conjunto de páginas eletrônicas criadas pelos integrantes do NPP, demonstrando o compromisso do PPGDR e da Universidade Regional de Blumenau com Ensino, Pesquisa e Extensão de qualidade.
Além do cotidiano profissional, não faltará espaço, neste blog, para temas pelos quais somos apaixonados, pois nem só de ciência vive o homem.
Àqueles interessados em interagir, sugerir e compartilhar suas opiniões e afinidades, sejam bem vindos. Aos que encontram-se avançados com este tipo de iniciativa, tenham aqui um seguidor ávido por aprender e melhorar.
Um forte abraço,

Prof. Oklinger